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semasas

mas no processo de crescimento perdêmo-las.

semasas

13.10.16

Explicações


Sem Asas

Começo a dizer a pouco e pouco aos meus colegas de trabalho que me vou embora.


Ontem, foi a vez de um colega com quem me dou bem. No início ele não percebeu (vais sair porquê, vais ver um fornecedor ? vais partir em viagem de negócios?).
Quando lhe expliquei, ele ficou em estado de choque. Mas porquê ? E a tua segurança económica ? Já pensaste que tens 2 filhos para assumir ?

Ui. Ora bem, a segurança económica. Que segurança económica ? De ter um contrato ? Um salário fixo ? Upa upa.  o que recebo é um bom salário comparando aos salários portugueses,  certo. Mas sinceramente, aqui em França, não estou muito longe do salário mínimo nacional. Aquele que qualquer pessoa pode receber, que seja a limpar o chão ou a trabalhar na caixa do supermercado. Atenção, não estou aqui a denegrir estas profissões, se calhar daqui a menos de um ano estou a fazer isso mesmo.

Os meus filhos ? Claro que pensei nisso. A maior parte do tempo só penso nisso. Mas vejo a minha relação com eles se degradar em detrimento da sacro-santa  ‘‘segurança económica’’.  Sempre sem tempo, sem paciência, sempre a correr para fazer tudo o que há para fazer. Sem ter uma relação de qualidade.


E o que se passou aqui é que finalemente percebi que não vou nem quero  sacrificar a minha liberdade, a minha disponibilidade mental , a minha energia a trabalhar durante 8h por dia, a deixar os meus filhos na escola durante 10h por dia a serem educados por pessoas que eu nem conheço, a estar sempre a correr poque vá-se lá compreender uma mãe solteira tem que trabalhar para ganhar dinheiro mas ter tempo como alguém que não trabalha para tratar de tudo (ou seja, os dias das mães solteiras dura 36h mínimo. facto desconhecido. Matéria para outro post.)

Portanto tomei esta decisão. E ó minha gente, acreditem que hesitei durante imenso (demasiado ?) tempo, pesando bem os prós e os contras, metendo dinheiro de lado porque nunca se sabe, a aturar chefes por quem dou o litro sem reconhecimento. Hesitei imenso tempo a pensar que não valia a pena, que eu não valia a pena, que a vida é mesmo assim . Tanga.

Claro que sem tem de trabalhar. Correcção : claro que se tem de ganhar dinheiro nesta vida (isto dito, não vou mendigar nem viver debaixo da ponte).


Mas aos 34 anos de idade, acabei por perceber que não vou sacrificar a minha saúde, a minha vida, a minha relação com os meus filhos e minha relação com o François, por uma hipotética segurança económica. Ter um CDI não é o meu objectivo nesta vida. O meu objectivo é ser feliz. (e este meu trabalho actual esta a puxar-me noutra direcção).Não sou eu que tenho de fornecer um esforço suplementar para me sentir bem no meu trabalho, é o meu trabalho que não me corresponde. Portanto vou partir à descoberta, com uma mochila virtual às costas. E este sentimento desconhecido que me invade o peito ao pensar nisso, acho que é a felicidade !

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